segunda-feira, 15 de agosto de 2011

“ONDE O MEDO ESTÁ PRESENTE, A SABEDORIA NÃO CONSEGUE ESTAR” (Lucius C. Lactantius)



Meninos e Meninas da Escola Paulo Freire, hoje aposentada, após ter cumprido meu tempo de serviço no Estado, 30 anos, 7 meses e 20 dias  de magistério, não deixei de ser uma educadora, está é uma missão nata, pois faz parte de meu ser, por isso retorno a estas páginas para dedicar meu carinho e respeito a nossa convivência, pelos anos que trabalhei na Oficina de Papel.
Juntos aprendemos a aprender, aprendemos a conhecer, aprendemos a fazer, aprendemos a viver e conviver, aprendemos a ser e assim formamos  os quatro pilares fundamentais da educação, sem nunca precisar usar da violência, da punição.
Nosso convívio foi harmonioso e prazeroso, onde a amorosidade, a afetividade e o comprometimento consciente era o que inseria  a todos no contexto escolar e no mundo fora da escola.
Fizemos um belo trabalho,belas produções artesanais.
Quantas caixas lindas!!!
Capas de CD/DVD, embalagens para presentes....
As agendas então!!
Quero   solicitar a todos que continuem a creditar no seu potencial, na sua capacidade de criar e construir um mundo de paz.
Neste momento já sinto uma pontinha de saudades de nosso convívio e saibam que vou guardar com carinho, cada palavra, cada abraço, cada choro, cada confissão e sempre que nos encontrarmos tenham a certeza que serão sempre os meus alunos, por isso chamem, conversem, pois continuo a amiga e conselheira de vocês.
Ah!  Só para vocês saberem, ainda hoje encontrei a Bruna e o Luiz Henrique na rua, com a filha nos braços e que alegria quando gritavam; profe...profe..., eu atravessei e fui conversar, saber como estavam. É este  o carinho que vou guardar em meu coração.
MENINOS E MENINAS, conforme as palavras do sábio Educador Paulo Freire “ A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda” por isso eu acredito que são jovens como vocês que impulsionam  aos questionamentos sobre quais caminhos a sociedade e a educação deve seguir para o mundo de paz.
Obrigada mais uma vez por eu ter participado da vida escolar de vocês,  tenham certeza que foi muito gratificante, que Deus abençoe a todos!
Beijão enorme no coração! A professora  ama a cada um de um modo especial.

Observação:

A partir deste momento este blog servirá para debates de temas gerais a respeito da educação, da sociedade, do poder, da violência,cidadania enfim temas gerais que devemos refletir e construir novas propostas, novos paradigmas. Participem, tragam suas opiniões.

Dirce Aguiar

domingo, 22 de maio de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel



Parabenizo a colega educadora AMANDA GURGEL, por fazer do uso de sua palavra uma explanação do que acontece de ponta a ponta do nosso Brasil. Aqui no Rio Grande do Sul não é diferente, talvez seja até pior, pois aqui é um Estado mais evoluído culturalmente.

Sou professora da Escola Estadual Paulo Freire em Santa Maria-RS, a quase seis anos, fatos como estes e até considerados com mais riscos a vida, perigosos, já aconteceram lá, mas nunca em todos os anos que trabalho nesta instituição percebi tão claramente o propósito sensacionalista ao expor a adolescente. Entendo e percebo a gravidade do uso de qualquer arma ou objeto estranho que venha a ferir ou ameaçar a vida das pessoas devam sim ser afastados e registrados como Atos Infracionais ou se for o caso Delito.
Porém o que lamento hoje é a forma como estão sendo conduzidos os fatos, pois percebo o sensacionalismo que está acontecendo em cima deste fato, sei do agravante dos fatos, mas faltou se levar em consideração que a dolescente está com acompanhamento psicológico e também questiono hoje, porque os demais casos, durante todos estes anos em que atuo nesta escola não foram levados a mídia e não teve mesma repercussão?
O que mudou nesta escola?
Como educadora o que posso dizer é que hoje o perfil desta escola já não é mais o mesmo, pois os educando que hoje eu atendo, foge do perfil da Proposta Pedagógica de Escola Aberta, a maioria são educandos que saíram das demais escolas da rede pública, por indisciplina, falta de limites, por falta de adequação a uma escola tradicional, com dogmas, porém temos sim número muito pequeno, reduzidos de educando com o perfil e característica de escola aberta. Mas os mesmo estão em tratamento, poucos participam das atividades pedagógicas, e quando isto acontece, vejo educadores despreparados para atendê-los, sem conhecimento adequado para uma abordagem e atendimento.
Os nossos educando são adolescentes em situação de vulnerabilidade, estão em situação de rua, mas isso não quer dizer que são de rua a maioria, aqui está à grande diferença.
Em nome do trabalho que realizo com estes educando, pelo respeito e carinho que tenho com as crianças e adolescentes, pela responsabilidade e comprometimento como educadora chamo a atenção da sociedade, fatos como estes na maioria de nossas escolas está acontecendo, porém sensacionalismo , só vai gerar mais violência. Devemos encontrar outro caminho que não a divulgação, publicação na mídia. Quem sai ganhando, a quem estamos promovendo com está notícia. A quem queremos chamar atenção. O que está por trás desta grande notícia em vários jornais e canais de TV?
A sociedade já parou para pensar como vamos fazer para que esta adolescente retorne a escola?
Qual é o verdadeiro Papel da Escola Aberta?
Como vamos reconstruir este sujeito, se jogamos nossas vaidades, nossa falta de conhecimento em cima de um fato, enquanto que muitos outros já aconteceram.
Por que somente este caso da Escola Paulo Freire teve tanta repercussão na mídia. O que mudou?
Também pergunto o que fazemos quando nós educadores sofremos o Bullying de educadores desta escola. Porque fatos como estes não são levados a mídia?Qual é a diferença?
Dirce Aguiar Ribeiro
Escola estadual de Ensino Fundamental Paulo Freire
Escola estadual de educação Básica Augusto Ruschi
Convido está mídia para que conheça o trabalho o qual os educando desta escola realizam na Oficina a qual trabalho com eles no turno da tarde.
Para ilustrar minha fala, vou relatar um momento o qual estávamos comemorando o aniversário de Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Freire em Santa Maria RS, no mês de Novembro de 2010.


Chegando à escola por volta  das 10h e 30 min no mês de novembro de 2010, para o almoço de comemoração de aniversário da escola, os meninos e meninas de rua correm para me receber a caminho do portão de entrada, com alegria e abraços.
Pela equipe diretiva não fui bem esperada para confraternização, a intenção era que eu não conseguisse a liberação da outra escola para estar nos festejos. Fui vigiada o tempo todo, como se fosse uma estranha no ninho, sendo que aqui é o meu local de trabalho, logo a tarde já seria o meu turno de atividades na escola.
Em meio ao almoço, várias máquinas fotográficas espalhadas, a dos colegas educadores e convidadas, inclusive eu. A festa seguia com alegria por parte dos educando, muitas vezes eu interagia e participava com eles.
No entanto uma das convidadas, a qual interfere nas decisões da escola , grita em alto e bom tom: se alguém publicar minhas fotos eu denuncio e processo, no entanto sua foto sai estampada nos jornais da cidade como se fosse a atual diretor(a). Neste momento só quem não entendia eram os jovens adolescentes que ali estavam inclusive ficando indignados com a postura dessa pessoa chegaram até responder aos desaforos como se fossem ditos a eles. A situação no momento gerou conflitos, agitou os meninos e eu já andava que me cuidava, pois a sensação é que eu poderia ser agredida fisicamente a qualquer momento. Inclusive após o almoço, estava eu no banheiro e essa pessoa empurra a porta e dá uns gritos, tipo, marcando presença e amedrontando.
Também quero lembrar que todas as entrevistas as quais foram dadas a jornalistas, foram dadas por esta pessoa, sendo que ela falou em nome da escola o tempo todo, como se fosse o diretor (a) da escola. Essa pessoa trabalha em outra instituição que não é da Rede Estadual, e sim professora da UFSM.
Todos os presentes entenderam que o recado tinha direção certa, me atingir, pois eu sou uma das educadoras que mexo com a vaidade dessa pessoa, que me posiciono e não apenas acato  suas ordens, tenho conhecimento e procuro fazer da escola aberta uma escola mais participativa. Então era eu o alvo, o insulto tinha uma direção certeira.,era para me atingir. Pois todos entendiam que a única educadora que estava deixando essa pessoa indignada era eu com a criação do blog e com todos os trabalhos que venho realizando com sucesso com os educados.
O blog foi criado com alunos para que os mesmos pudessem interagir e mostrar seus trabalhos, este blog é mais um de nossos recursos didáticos, promovendo assim o uso das novas tecnologias em nossas aulas. Tenho o conhecimento das netiquetas e sendo assim respeito às regras.

Dirce Aguiar Ribeiro

domingo, 8 de maio de 2011

TRABALHO SOCIAL DE RUA

Após um longo período em que nós Educadores da Escola Paulo Freire não realizávamos o Trabalho Social de Rua, nas praças e ruas de Santa Maria -RS, retornamos em virtude do Projeto  EDUCAÇÃO SOCIAL DE RUA: UMA CONSTRUÇÃO DE VÍNCULO NECESSÁRIA PARA A CIDADANIA, Projeto este do CPM da Escola. E tendo como responsável técnico do Projeto o Diretor Claiton Diniz do Prado.
O Trabalho Social de Rua é uma atividade pedagógica que é realizada por educadores da escola, e deveria ser realizado durante todas as semanas, porém por inúmeros fatores, o mesmo não se efetiva.
Nesta proposta, o objetivo principal é o que  chamamos de paquera pedagógica, neste momento  passamos a intervir com atividades lúdicas e pedagógicas a qual desperta o interesse de crianças e adolescentes, (10 a 18 anos) onde os mesmos começam a estabelecer vínculos com os educadores e também  são convidados a conhecer o espaço escolar, onde passam a freqüentar e participar do processo pedagógico de transformação e conscientização dos sujeitos.
O que hoje podemos constatar é que atividades como o pintar, desenhar, não despertam o interesse daqueles que deveriam ser os educandos com o perfil para a Escola Aberta, portanto faz-se necessário inovar as práticas, com atividades que despertem o raciocínio, a participação em artes dramáticas, cênicas, atividades de movimentos amplos, onde os mesmo interajam, participem como coadjuvantes, que utilizem este espaço público como um palco ao ar livre, onde os expectadores são o povo e  os educadores.  
Com certeza nossos educandos estarão predispostos a participar de uma Escola com  uma proposta inovadora, que proponha e desafie cada educando  a ser um protagonista.
Acredito que uma Escola assim, não vai ter quem não queira estudar (Palavras de Paulo Freire).
Mas pra isso é preciso que muitos educadores reciclem seus conceitos de Trabalho de Rua, que se disponham e estejam comprometidos com está proposta, também é muito importante a seqüência, não basta fazer por necessidade de um projeto e sim semanalmente.


                                 
                             Cama -de –Gato
Brincadeiras com cordas da tradição indígena. (Esta moça de origem indígena disse não saber e nem conhecer sobre esta brincadeira, já os descendentes menores todos sabiam brincar).
Brincando e jogando as crianças e adolescentes estabelecem vínculos sociais, ajustam-se ao grupo, como também propõem suas modificações e aceitam a participação de outras crianças com os mesmos direitos.
·        Com esta proposta de brincar com a Cama-de-Gato, levamos o conhecimento de que na época em que o Brasil foi colonizado, onde muitos povos contribuíram com o conhecimento do povo do Rio Grande do Sul, inclusive nas brincadeiras.















(Aqui o educando, primeiro deveria se propor a escutar a lenda narrada pelo professor)
                                           A Lenda do Tangram
A idade e o inventor do Tangram são desconhecidos. Porém diz a lenda que um Sábio Chinês deveria levar ao Imperador uma placa quadrada de jade, mas no caminho o Sábio tropeçou e deixou cair a placa que se partiu em sete pedaços geometricamente perfeitos. Eis que o Sábio tentou remendar e a cada tentativa surgia uma nova figura. Depois de muito tentar ele finalmente conseguiu formar novamente o quadrado e levou ao Imperador. O Sábio mostrou aos seus amigos as figuras que havia conseguido montar a cada um, então constituiu o seu Tangram.

Com esta atividade, questionei as palavras adicionadas ao vocabulário deles: lenda, sábio, geometricamente, jade, Imperador.....


 Rapidinho montou o Tangram.O raciocínio lógico,  independe de Cultura.












 Jogando, Resta Um, com o educador Emilton.





 Os educandos com perfil para Escola Aberta adoram brincadeiras com movimentos amplos.




 Jeferson Messias, sempre atuante.


 Anderson Messias, estamos sentindo tua falta na escola, anda muito ausente, embora matriculado em outra Escola, sempre venha nos visitar. Adorei tua rapidez quando começou a experimentar as peças para chegar a um quadrado no Tangram.Você foi muito rápido mesmo, parabéns!


Semana de Páscoa, nada mais legal do que brincar de Coelhinho Sai da Toca. Chamou atenção dos que passavam na praça, questionando: Que escola é essa? Onde fica.? Vocês são de Santa Maria? Pois nunca vimos um  trabalho assim por aqui? Percebi que poucos tem o conhecimento da existência da Escola Paulo Freire.






Qual é a sua opinião a respeito do uso dos Blogs como um recurso didático em salas de aula?

Pesquisar este blog